11 de jul. de 2009

Departamento de Polícia Técnica exuma corpo do ex-deputado Maurício Cotrim



TEIXEIRA DE FREITAS - Foi exumado na tarde deste sábado, 11, em Teixeira de Freitas (813 km de Salvador), extremo sul do Estado, o corpo do ex-deputado Maurício Cotrim, assassinado a tiros em 14 de setembro de 2007, enquanto fazia caminhada em uma praça de Itamaraju, situada na mesma região. O pedido do exame foi feito pelo delegado Moisés Damasceno, titular da 6ª Coordenação de Polícia do Interior (Coorpim) e que comanda uma Força-tarefa que visa desvendar a autoria e mando do assassinato.Damasceno pediu a exumação porque a necrópsia no corpo do deputado não foi concluída pela falta de um aparelho de raio x. Cotrim teria sido morto com cinco tiros e os outros supostos quatro projéteis ainda estariam no corpo do ex-deputado. O médico-legista Ademir Alves Pereira, responsável pela perícia, não tirou as balas porque, diz ele, não havia aparelho de raio x à disposição do Departamento de Polícia Técnica no hospital para onde o corpo foi levado.O legista confirmou o fato em depoimento à promotora de justiça, Ana Rita Nascimento, atual coordenadora do Grupo de Autuação de Combate ao Crime Organizado e de Investigações Criminais (Gaeco). Damasceno não deu certeza de que os quatro projéteis podem ser encontrados, pois há a possibilidade de as balas terem atravessado o corpo do deputado. “Vamos analisar o que for encontrado pela perícia. As informações acerca do crime ainda estão sob sigilo. Divulgaremos o que puder ser dito, pois não podemos prejudicar as investigações”, declarou.

SEM PRAZO – O diretor do Departamento de Polícia Técnica (DPT) do Estado, Raul Barreto, informou que não há um prazo para divulgação do exame a ser feito no corpo de Cotrim, até mesmo porque o caso segue sob sigilo absoluto na Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Tudo o que for feito pela equipe do DPT será repassado para a Força-tarefa. Nosso trabalho é apenas realizar o exame”, disse. O diretor do Departamento de Polícia do Interior, Bernadino Brito, disse que não há um prazo para a força tarefa encerrar o seu trabalho. “Estamos buscando chegar o mais próximo da verdade”, disse.A TARDE teve acesso a parte do inquérito do assassinato de Maurício Cotrim e constatou que as testemunhas circunstanciais do crime ouvidas falam em apenas um atirador. O único projétil retirado do corpo de Cotrim era de calibre 38. Exame pericial indicou que a bala saiu da arma que pertence ao aposentado José Dias Moura, que tem ligação com Fábio Alves dos Santos, o chamado Roque, acusado de executar o ex-deputado, ao lado de outro suposto comparsa, que dirigia a moto usada para fugir da cena do crime.Roque está preso no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. No dia seguinte ao pedido, o juiz Rogério Barbosa de Sousa Silva acatou os argumentos do delegado e o deferiu. O magistrado substituía a juíza Jeine Guimarães, responsável por presidir a ação penal contra sete acusados de envolvimento no crime, inclusive quatro irmãos ciganos. O caso Cotrim é cheio de contradições policiais e foi marcado pela disputa de delegados pelo comando da investigação.VERSÕES - A morte de Cotrim tem duas versões diferentes: uma terceira não levada à frente coloca a culpa na sua viúva, Maria Angelina Guimarães, conhecida como Regina Cotrim. Em 28 de fevereiro, ela foi morta com cinco tiros ao sair de uma pizzaria, em Teixeira de Freitas.Já foram assassinados quase todos os possíveis envolvidos na morte do ex-deputado: o empresário e informante da polícia Estácio Silva Gomes e seu filho João Paulo Gomes Silva, o pistoleiro Antonio Medeiros, o Alemão, que chegou a ser apontado como o executor de Cotrim, e Paulo Pereira da Anunciação, informante da polícia.No momento, a ação penal da morte de Cotrim tem como denunciados quatro irmãos ciganos que teriam contratado dois pistoleiros para matar o ex-deputado, que teria contraído uma dívida para ajudar a campanha do atual prefeito Frei Dilson Santiago (PT) ao comando da prefeitura de Itamaraju. José Dias Moura é um aposentado acusado de fornecer a arma utilizada no crime.

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