O secretário de Educação, Gustavo Lisboa, entregou a carta de exoneração após embates com o secretário da Fazenda, Carlos Burgos.
Segundo fontes da prefeitura, Burgos quer empurrar um projeto que sangraria os cofres da Educação em R$ 400 mil todo mês e é visto como desnecessário. Lisboa disse que a intromissão de Burgos era inaceitável.
Ao prefeito Azevedo ele afirmou que a suspensão das eleições diretas para escolha de diretores e vices das escolas municipais também teriam tirado seu estímulo para continuar no governo. A carta de exoneração já foi entregue ao prefeito.
Segundo vazou no início da noite de quinta, o prefeito recomendou a Gustavo que “tirasse uma folga” para repensar melhor a sua decisão. O secretário demissionário é tido como um dos melhores e é querido pelos trabalhadores em educação.
Na quarta-feira, 150 professores ocuparam o pátio e corredores da prefeitura em protesto contra a possibilidade de saída do secretário Lisboa. Vestindo preto, os manifestantes foram barrados na porta do gabinete do prefeito, que se recusou a recebê-los.
A reação da categoria começou logo após a abertura da Jornada Pedagógica, evento preparatório do ano letivo na rede municipal. O evento aconteceu no auditório principal da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na tarde de segunda-feira, 8.
Todo o discurso de saudação de Gustavo aos professores teve tom de despedida. Ele comemorou diversas conquistas em quase seis anos à frente da Educação e a todo momento agradecia a participação dos professores da rede.
Os educadores entenderam o discurso como uma despedida e organizaram o protesto na prefeitura, na quarta.
A revolta no governo com o controle do secretário da Fazenda, Carlos Burgos, não está restrita à Educação. Na quarta-feira, 10, o secretário Antônio Vieira teve uma crise nos corredores da prefeitura. “Vou sair dessa p.... Não aguento mais isso aqui”.
Ao perceber a movimentação nos corredores, Vieira partiu para seu gabinete. O secretário já falou publicamente que sofre com a lentidão nos processos de pagamento de sua pasta, que dependem de autorizações de Burgos e de Maurício Athayde (Planejamento).
A lentidão atrasa a quitação de dívidas e gera enormes filas de credores, além de dificultar o andamento de projetos. Os problemas da Educação e da Saúde começaram em 2009.
A reforma administrativa aprovada pela Câmara de Vereadores a pedido do prefeito Azevedo concentrava as áreas financeiras das principais secretarias na Pasta da Fazenda, comandada por Carlos Burgos.
Com isso, qualquer pagamento tem que ser autorizado pela pasta do advogado, que é tido como o prefeito de fato de Itabuna. A concentração de poderes, no entanto, é vista como falta de pulso pelos poucos opositores do governo, como o vereador Roberto de Souza (PR).
Ele afirma que não pode ser atribuída ao secretário Burgos a paralisia administrativa, classificada por ele como “depressão”. Roberto observa que Azevedo foi eleito com 52 mil votos e não pode abdicar de governar Itabuna. “Falta pulso ao prefeito”.
Muito poder
O poder de Carlos Burgos foi sentido logo nos primeiros meses do governo Azevedo. Uma das primeiras vítimas do jogo entre o prefeito e o secretário da Fazenda foi o ex-titular dos Assuntos Governamentais e de Comunicação Social, Josias Miguel.
Coordenador do marketing da campanha de Azevedo, Josias era tido como o homem-forte do governo. Não suportou às retaliações de Burgos e foi o primeiro a pedir o boné, no final de abril de 2009, sendo substituído meses depois pelo jornalista Walmir Rosário.
A reforma tributária botou mais lenha nesta fogueira, ao incluir um artigo que dava a Burgos carta branca para perdoar dívidas de qualquer devedor e aumentava seu controle sobre as decisões de todas as pastas.
Advogado do grupo do ex-prefeito Fernando Gomes e da presidenta do Demo, Maria Alice Pereira, Burgos cuidou de praticamente todos os processos sofridos por Gomes, seu filho Marcos, indiciado por assassinato, e o protegido de Alice, Marcone Sarmento.
Segundo fontes da prefeitura, Burgos quer empurrar um projeto que sangraria os cofres da Educação em R$ 400 mil todo mês e é visto como desnecessário. Lisboa disse que a intromissão de Burgos era inaceitável.
Ao prefeito Azevedo ele afirmou que a suspensão das eleições diretas para escolha de diretores e vices das escolas municipais também teriam tirado seu estímulo para continuar no governo. A carta de exoneração já foi entregue ao prefeito.
Segundo vazou no início da noite de quinta, o prefeito recomendou a Gustavo que “tirasse uma folga” para repensar melhor a sua decisão. O secretário demissionário é tido como um dos melhores e é querido pelos trabalhadores em educação.
Na quarta-feira, 150 professores ocuparam o pátio e corredores da prefeitura em protesto contra a possibilidade de saída do secretário Lisboa. Vestindo preto, os manifestantes foram barrados na porta do gabinete do prefeito, que se recusou a recebê-los.
A reação da categoria começou logo após a abertura da Jornada Pedagógica, evento preparatório do ano letivo na rede municipal. O evento aconteceu no auditório principal da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na tarde de segunda-feira, 8.
Todo o discurso de saudação de Gustavo aos professores teve tom de despedida. Ele comemorou diversas conquistas em quase seis anos à frente da Educação e a todo momento agradecia a participação dos professores da rede.
Os educadores entenderam o discurso como uma despedida e organizaram o protesto na prefeitura, na quarta.
A revolta no governo com o controle do secretário da Fazenda, Carlos Burgos, não está restrita à Educação. Na quarta-feira, 10, o secretário Antônio Vieira teve uma crise nos corredores da prefeitura. “Vou sair dessa p.... Não aguento mais isso aqui”.
Ao perceber a movimentação nos corredores, Vieira partiu para seu gabinete. O secretário já falou publicamente que sofre com a lentidão nos processos de pagamento de sua pasta, que dependem de autorizações de Burgos e de Maurício Athayde (Planejamento).
A lentidão atrasa a quitação de dívidas e gera enormes filas de credores, além de dificultar o andamento de projetos. Os problemas da Educação e da Saúde começaram em 2009.
A reforma administrativa aprovada pela Câmara de Vereadores a pedido do prefeito Azevedo concentrava as áreas financeiras das principais secretarias na Pasta da Fazenda, comandada por Carlos Burgos.
Com isso, qualquer pagamento tem que ser autorizado pela pasta do advogado, que é tido como o prefeito de fato de Itabuna. A concentração de poderes, no entanto, é vista como falta de pulso pelos poucos opositores do governo, como o vereador Roberto de Souza (PR).
Ele afirma que não pode ser atribuída ao secretário Burgos a paralisia administrativa, classificada por ele como “depressão”. Roberto observa que Azevedo foi eleito com 52 mil votos e não pode abdicar de governar Itabuna. “Falta pulso ao prefeito”.
Muito poder
O poder de Carlos Burgos foi sentido logo nos primeiros meses do governo Azevedo. Uma das primeiras vítimas do jogo entre o prefeito e o secretário da Fazenda foi o ex-titular dos Assuntos Governamentais e de Comunicação Social, Josias Miguel.
Coordenador do marketing da campanha de Azevedo, Josias era tido como o homem-forte do governo. Não suportou às retaliações de Burgos e foi o primeiro a pedir o boné, no final de abril de 2009, sendo substituído meses depois pelo jornalista Walmir Rosário.
A reforma tributária botou mais lenha nesta fogueira, ao incluir um artigo que dava a Burgos carta branca para perdoar dívidas de qualquer devedor e aumentava seu controle sobre as decisões de todas as pastas.
Advogado do grupo do ex-prefeito Fernando Gomes e da presidenta do Demo, Maria Alice Pereira, Burgos cuidou de praticamente todos os processos sofridos por Gomes, seu filho Marcos, indiciado por assassinato, e o protegido de Alice, Marcone Sarmento.
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