6 de set. de 2011

Centro de Cultura de Itabuna vira manchete no iBahia


Profissionais do segmento teatral denunciam a falta de manutenção de equipamentos culturais em municípios baianos

No Dia Nacional do Artista de Teatro, o iBahia denuncia a situação precária de alguns centros culturais no interior do estado, que deveriam abrigar espetáculos de música, artes cênicas e artes visuais para a população baiana, mas que vêm sofrendo com a falta de novos equipamentos e a degração dos espaços, devido a má conservação - uma herança de décadas de descaso do poder público.

Profissionais renomados do teatro como o premiado diretor Fernando Guerreiro e a produtora Marlúcia Sie, revelam problemas enfrentados pelos atores e diretores em salas de grandes cidades como Itabuna, mas também destacam exemplos positivos como é o caso do Centro Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista.


Falta de Conservação
Para Fernando Guerreiro, um dos mais importantes diretores de teatro do país, o interior baiano é um pólo criativo importante, mas que ainda precisa de mais investimentos da iniciativa pública e privada. “Os espaços culturais do interior são muito importantes para a disseminação do teatro baiano, embora haja algumas questões, que dificultam o acesso dos grupos teatrais e, conseqüentemente, as apresentações dos espetáculos”, afirma. 


”Apesar do grande número de espaços que recebem os espetáculos no interior, a falta de conservação é um fator preponderante que, muitas vezes, inviabiliza o acesso às cessões de pauta. Isso acontece porque a maioria dos centros culturais não são voltados apenas para o teatro. Serve como um lugar polivalente que agrega desde a realização de formaturas até oficinas de dança", revela Guerreiro.

A produtora Marlúcia Sie, uma das profissionais mais atuantes do mercado cultural baiano, também se queixa da precariedade dos centros culturais no interior que, em casos mais extremos, chegam a impedir a realização de espetáculos.

“Acabei de cancelar três datas, em setembro, da peça ‘Confissões das Mulheres de 30’, em Itabuna, pois, parte do teto do teatro está prestes a desabar. Não posso expor o público a uma coisa dessas”, denuncia.
Para Marlúcia a situação da produção teatral no interior é grave. “Nenhum espaço tem equipamentos adequados, as mesas de luz são velhas, analógicas, o palco da maioria dos teatros não possui coxia e rotunda (aquele pano preto que cobre o fundo do palco), todos estão em situação precária. O pior é o de Itabuna e o mais bem conservado é de Vitória da Conquista, sob a gestão do coordenador Paulo Macena”, destaca.
Centro Adonias Filho, em Itabuna, precisa de reforma no teto
De acordo com a diretora de Espaços Culturais da Secretaria de Cultura do Estado (Secult/BA), Giuliana Kauark, o Centro de Itabuna é o mais deficiente.

"O espaço realmente está com a cobertura danificada. Já fizemos a vistoria e estamos aguardando a ida ao local dos técnicos da Sucab - Superintendência de Construções Administrativas da Bahia, que irá fazer uma análise técnica para assim darmos entrada na licitação das reformas. A perspectiva é que até o fim do ano, a empresa que fará a obra já esteja licitada. Estamos embuídos em resolver com a maior celeridade possível", afirma.
— "parte do teto do teatro de Itabuna está prestes a desabar"

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