"A responsabilidade é minha, o comando é meu", diz o coronel Nascimento (Wagner Moura) em uma cena de "Tropa de Elite 2". O espectador pode não saber, mas a fala que virou bordão foi dublada na pós-produção do filme.
O trabalho de edição de som do longa, que envolve elementos como dublagem e efeitos sonoros, disputa hoje nos EUA um prêmio da MPSE (sigla em inglês da associação dos editores de som).
O prêmio Golden Reel (rolo de filme dourado) é considerado pela categoria o segundo mais importante, perdendo apenas para o Oscar.
O trabalho de edição de som durou nove semanas e envolveu uma equipe de nove pessoas, liderada pelo editor Alessandro Laroca.
"Tropa 2" concorre na categoria de edição de som em filme estrangeiro (veja quadro ao lado). Entre os quesitos avaliados, estão a dublagem, a captação de som dos diálogos, a criação de efeitos sonoros (como tiros e helicópteros) e o foley (som dos objetos em cena, como uma cadeira sendo arrastada).
"É muito comum você ter dublagem num longa. Um filme de ação americano com vários efeitos visuais e muito barulho chega a ter 80% dos diálogos dublados. E, se as pessoas não percebem isso, é porque o trabalho foi bem feito", disse Laroca à Folha.
Em 2004, ele venceu na mesma categoria com o filme "Cidade de Deus", derrotando a terceira parte da série "O Senhor dos Anéis". Naquele ano, o rival ganhou 11 Oscars.
Para ele, a diferença do trabalho desenvolvido em "Tropa 2" é que a equipe de som é completamente brasileira.
"Atualmente o Brasil está chegando ao nível de terceiro time, onde está a Espanha, por exemplo. Se pudermos dividir a produção mundial em níveis, os grandes estúdios de Hollywood estão em primeiro, e países como Canadá e Inglaterra, em segundo."
A cerimônia de premiação tem início previsto para as 17h30 no horário da cidade de Los Angeles (23h30 no horário de Brasília).
Matéria postada orginalmente na Folha.com
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