O grupo A Tribo (Buerarema) faz a pré-estreia de A Hora da Estrela no Centro de Cultura Adonias Filho, dias 02, 03 e
04 de setembro, às 20 horas.
Famoso por ser um consistente representante do Modernismo
nacional, o romance A Hora da Estrela,
de Clarice Lispector, ganhou sua versão para o teatro em adaptação do premiado
dramaturgo Luís Sérgio Ramos. A pré-estreia será nos próximos dias 02, 03 e 04
de setembro, às 20 horas, no Centro de Cultura Adonias Filho. Produzido pelo
grupo A Tribo (Buerarema), a peça tem direção de Gideon Rosa e estreará na
abertura da Primavera Cultural, que
acontece a partir do dia 25 de setembro na Casa de Cultura Jonas&Pilar, em
Buerarema.
O
espetáculo tem cerca de 40 minutos e se propõe a ser um facilitador para
aqueles que possuem dificuldade em relação a obra de Clarice Lispector.
Resultado de mais de um ano de oficina com novos atores, o grupo A Tribo,
depois de mais de 15 anos de atuação na região, avança na direção de
aprimoramento técnico e aquisição de novos integrantes que serão vistos nessa
montagem.
O TEXTO
A Hora da Estrela (1977) é a última
obra de Clarice Lispector. Nesse livro, que tem como narrador Rodrigo S.M.,
alter ego da autora, há o retrato de uma jovem nordestina, Macabéa, que tenta
sobreviver na cidade grande. A narrativa, complexa, é marcada pela presença dos
conflitos existenciais da protagonista. A narrativa é uma interminável pergunta sobre a condição
humana, ao longo de um enredo no qual se fundem histórias ou eixos distintos e
complementares: a vida ruim de Macabéa, imigrante nordestina que vive
desajustada no Rio de Janeiro.
A MONTAGEM
“Nossa versão
de A Hora da Estrela é um pequeno
mergulho no universo da juventude. No início são adolescentes que estão em um
acampamento e resolvem encenar a história de Macabéa”, diz o diretor Gideon
Rosa. Segundo ele, essa foi uma estratégia para facilitar a veiculação dos
temas do romance que, às vezes, impõem barreiras ao leitor menos experimentado.
“Reconhecemos
primeiramente que o teatro tem uma certa dificuldade em retratar tudo o que a
literatura é capaz de deixar impresso nas páginas do livro, por isso não abri
mão nem do lúdico nem do humor”, conta o diretor do espetáculo. O dramaturgo
Luís Sérgio Ramos apanhou a linha principal da obra com o intuito de apresentar
o livro a estudantes e à comunidade que desconhece a grandiosidade de Clarice
Lispector. “E eu radicalizei na montagem ao retirar a figura do narrador e
apostei na argúcia do espectador”, diz Gideon, que considera Luís Sérgio Ramos
um dos mais talentosos dramaturgos baianos. “
De minha
parte fiquei apavorado com o aspecto trágico e tenso de toda a trama e busquei
enfatizar os assuntos que estão em voga na atual conjuntura, um deles, o
preconceito com o qual os Nordestinos são tratados pelos Sulistas, o que é
histórico “, observa o diretor.
Tentei
imprimir leveza numa história trágica”, diz Gideon. A Hora da Estrela, versão de Luís Sérgio Ramos, resultou num espetáculo
de curta duração: apenas 40 minutos. Mas lá está o essencial do talento literário
de Clarice, acredito”, diz Gideon Rosa.
A HORA DA
ESTRELA
Luís
Sérgio Ramos começou a escrever ainda adolescente em Itororó e como não possuía
muito acesso aos livros, inventou de fazer adaptações dos especiais de
televisão. “Um deles foi Meu Último Baile, de Janete Clair e como não
tinha o texto em mãos, usei apenas a memória, quando percebi tinha reescrito
toda a história, focando o que mais me interessava”, explica o dramaturgo.
No
caso de A Hora da Estrela Luís
Sérgio Ramos garante que teve mais compromisso com o original, afinal de contas
estava adaptando um texto da enigmática e genial Clarisse Lispector. “Mesmo assim tive que criar situações e
diálogos inexistentes, já que se tratava da transposição da literatura para o
teatro e acabei inventando uma personagem que não existe, como a moça que sai
da casa da cartomante antes de Macabéa entrar no estabelecimento”,
confessa o dramaturgo.
Dentre
suas obras encenadas estão: Um Prato de Mingau para Helga Brown (Troféu Bahia Aplaude/96 de Melhor
Texto, publicado em 2004), A Bússola de Úrsula (Troféu Bahia Aplaude/97 de Melhor Texto)
; A
Cicatriz (também publicado em 2004),
Se O Ascendente de Mamãe Fosse Aquário
(meu predileto, adaptado pelo IAT E TVE), Enquanto a Era de Capricórnio Não
vem (sobre a descoberta da América, excursionei com este espetáculo
pelo sul do Brasil, Uruguai e Argentina, uma aventura inesquecível) e Erro de Fabricação; e os inéditos: Um
Estranho em Madrid e o Jogo de Demétrius, neste não existe a letra “A”.
FICHA TÉCNICA
O quê: A Hora da
Estrela
Autor: Luís
Sérgio Ramos, da obra de Clarice Lispector
Diretor: Gideon
Rosa
Elenco: Camila
Nobre, Cleide Jardim, Cristiano Nunes, George Mendes, George Silva, Jenyfer
Santana, Júlia Vale, Laise Oliveira, Leo Vieira e Rafael Guirra.
Onde: Centro de
Cultura Adonias Filho
Quando: Dias 02,
03 e 04 de setembro, às 20 h
Ingresso: R$ 4,00
(inteira) e 2,00 (meia)
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Informações adicionais: Gideon Rosa (88098770), Anderson Andhy ( 71-92340151 ) Luís Sérgio Ramos (74-99273123)
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