15 de fev. de 2012

De Rodapés e de Achados - Dia 14 de Feveeiro

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Sorria, você está sendo espionado

A loucura que assoma esta civilização está bem retratada particularmente neste Brasil naquele lembrete “sorria, você está sendo filmado”, que não deixa de ser um desrespeito a um direito individual, assegurado no Pacto da Costa Rica: o de preservar a sua imagem. Não queremos ser filmados, mas o somos. Tudo em defesa da segurança, esse novo móvel da paranoia universal.
Não bastasse a câmera que nos foca em todo lugar, o acesso de que dispomos na rede mundial, vulgarmente internete, foi apropriado pela famosa CIA, através do seu Centro de Fontes Públicas (Open Sources Center). Localizado em McLean, Virgínia, com mais de 800 funcionários (outras centenas espalhados pelo mundo), controla das simples mensagens entre internautas (mais de 5 milhões no Facebook e Twitter diariamente) à programação de televisões, rádios, não dispensando a imprensa. (Néstor Garcia Iturbe, no www.tribunadaimprensaonline.com.br, de quarta 1º).
Tudo gera um resumo (Briefing Intteligency Daily), um relatório diário do Centro, encaminhado ao diretor da
Agência, que repassa ao presidente Obama (atualmente) o que entenda de interesse político e estratégico.
Não custa reler George Orwell.

De novo?

Outro prêmio internacional para Lula. Desta vez uns trogloditas da Holanda, do Instituto Roosevelt, premiam-no por suas ações governamentais no combate à pobreza e desigualdades sociais.
Viajará em maio para recebê-lo.

Vale cultura

Elaborado ainda no governo Lula – sobre ele ouvimos de Juca Ferreira, que substituiu Gil à frente do MinC – pende da boa vontade dos senhores deputados. Na Casa tramita há mais de ano, depois de haver passado pelo Senado.
Objetiva dotar o trabalhador de um acréscimo de 50 reais mensais para corresponder a despesas com cinema, teatro, livros, revistas, jornais, espetáculos musicais.
Não há informações de que tenha havido empenho da atual gestão do MinC para agilizar o processo de aprovação.

Padrão de qualidade I

Tudo que a Globo faz o faz bem feito. Seu padrão de qualidade é tido ainda insuperável.
Até quando entra na baixaria!

Padrão de qualidade II

Algumas concorrentes enveredam na exploração da imagem do semelhante, na desgraça alheia, no sensacionalismo.
bbb12A Globo encontrou o filão que ninguém imaginava: o puteiro, como chamada antigamente a zona de prostituição.

Solução

Em terras civilizadas – o que parece não ser por aqui – programas tais sofrem boicote dos telespectadores.
Tal ocorre aqui através do telespectador que se orgulha de dispor de massa cinzenta.
Como nos faltam governo e Judiciário para agir não custaria nada boicotar os patrocinadores.

Reiterando

A pedidos, para os indignados com as violações ocorridas no Pinheirinho, novamente disponibilizamos o
endereço do manifesto-denúncia dirigido à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA: http://
www.peticoesonline.com/peticao/manifesto-pela-denuncia-do-caso-pinheirinho-a-comissao-
interamericana-de-direitos-humanos/353
A propósito, dentre as vítimas da truculência no Pinheirinho há um baiano de Ilhéus, o aposentado Ivo Teles dos Santos, de 69 anos, que se encontra na UTI do Hospital Municipal de São José dos Campos, desde o dia 22 de janeiro, em coma, todo entubado.

Marcando território

Já escrevemos que tantos são os pré-candidatos no PMDB – que já dispõe de pré-candidata oficialmente – que a melhor solução será encontrar um tertius. Que já tem nome: Renato Costa.
Ainda que seja para vice de Azevedo.

Entrevista I

Na entrevista concedida a TVI (sábado 4) em alguns instantes – por tentar agradar a gregos e troianos – Juçara não assumiu posição. Justamente ela, tida e propagada como pessoa determinada.
Quando indagada sobre a responsabilidade pelo movimento grevista da Polícia Militar – se dos policias ou do
Governador – não disse a que veio.
Nem que o Governador cumpre ou deixa de cumprir o acordado com os policias, tampouco que os abusos cometidos pelo movimento feriram gravemente a ordem institucional.
Saiu pela tangente, para não ferir susceptibilidades e por em risco votos militares.

Entrevista II

Em outro momento negou aproximação com Fernando Gomes. Nesse aspecto demonstrou temer o apoio do ex-prefeito e pareceu fugir da cruz como o Tinhoso dela ao vê-la.
Chegou mesmo a afirmar que a administração de Azevedo é continuidade da anterior (Fernando), fazendo-as unas na construção do caos por que passa o município.
Nesse aspecto como explicar andar com Raimundo Vieira, que faz gestões políticas em defesa de sua candidatura?
Caso tema a aproximação não terá como responder e justificar o que está evidentemente ocorrendo.
Cabe aguardar a reação do eleitorado.

Entrevista III

Ao falar da Saúde, além de retratar os avanços alcançados na segunda gestão de Geraldo, não perdeu a oportunidade de desancar o que ocorre no Hospital de Base.
Imaginemos a divulgação do apoio de Raimundo Vieira a Juçara, ele que foi diretor do HBLEM na última
administração de Fernando Gomes.

Entrevista IV

Não deixou claro que as obras do Centro de Convenções possam ser retomadas, pois demonstrou conhecer detalhes do projeto e possíveis inviabilidades percebidas pelo Governo Estadual.
Nesse sentido, a intervenção de Geraldo visando “viabilizar” recursos do Estado para a obra alimentam, mais uma vez, apenas a jogada política voltada para aproximar-se de Fernando Gomes.
A leitura que fazemos é a de que Juçara não terá como concluir o Centro de Convenções. O que parece sensato, a teor das informações que prestou.

Entrevista V

Ao criticar o andamento das obras da Amélia Amado enveredou por críticas ao projeto, inclusive de que estão
substituindo um canal por outro.
Faltou à candidata lembrar que o projeto original – para o qual foram alocados cerca de 6,9 milhões de reais no Orçamento da União à época – nasceu nos escaninhos da administração de Geraldo Simões.
O esquecimento talvez esteja naquele o que foi meu é bonito; do outro, feio.

Argumento irrefutável

charge

Jogando solto I

Do xadrez político em andamento Geraldo Simões está jogando para tornar-se o centro da oposição à administração de Azevedo. Isola-se ao projetar a imagem do único que combate o prefeito e deixa a mulher tocando o barco da candidatura sem desgaste. Ou seja, qualquer responsabilidade cabe ao timoneiro GS. Que tem mandato garantido.
Nesse aspecto, mantida a rejeição de Azevedo em patamares altos – como ora ocorre – seria exclusivamente o PT, capitaneado por GS – o PTdoGS – a voz de enfrentamento a merecer a confiança do eleitor que não aceite a administração azevedista.
Nesse aspecto, a anunciada queda da rejeição de Juçara sinaliza que a estratégia de Geraldo está no caminho certo.
Sinal, também, de que a "antipatia" que inserem na imagem de Juçara não está tão antipática assim.

Jogando solto II

O processo eleitoral, que se concentrará na campanha a partir de agosto, está evidentemente próximo, razão por que, no atual momento a estratégia é perfeita.
Somente sofreria revés se Azevedo revertesse a curva da rejeição, levando-a a patamares suportáveis.

Na defensiva

Para Azevedo o momento é de espera, na defensiva. De concentrar o feijão com arroz para oferecê-lo no imediato do processo eleitoral.
Contra ele o risco de uma derrota na Câmara com a rejeição das contas.
Enquanto Juçara corre fagueira, Azevedo administra Ruy Machado e vereadores que saem, que entram. Aqueles podem retornar; estes, sair. Precisa de todos, portanto.
90 dias de muito trabalho. Justamente até as vésperas das convenções.

Lembrando

A canção marcou gerações nos "assustados" – como se denominadas as festinhas improvisadas nas casas dos amigos, dia sim, dia não nos anos 60 – embalados pelos LPs em radiolas fixas ou portáteis. Muito se dançou "La Mer" (1943) no embalo de Ray Conniff e Billy Vaughn.
Aqui pinçamos a canção de Charles Trénet, interpretada por Françoise Hardy.


Cantinho do ABC da Noite

cabocoNoticiada a queda de um avião transportando valores no interior da Bahia. Assunto do dia no ABC. Antes que a conversa alcançasse os conceitos éticos e morais que determinado cliente pretendia inserir, por conta dos milhões transportados e desaparecidos, encerrou o tema:
– O que cai do céu ou é castigo ou é milagre, Cabôco!

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

Matéria originalmente postada no site: O Trombone
Matéria postada no blog de Adylson Machado

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