9 de jul. de 2015

Artigo - "Pense num absurdo! na Bahia tem precedente"


Parafraseando o ex-governador Octavio Mangabeira, a célebre frase do cabeçalho reflete a minha indignação.
Sai de casa na manhã de 8 de Julho, de carro, já que rotineiramente saio de moto, pois com os aumentos constantes de combustível, não tem cristão que aguente! Mas, voltando ao fato; sai para levar minha avó no médico, e percebi que o pneu traseiro do meu possante estava baixo. Parando no posto de combustível que abasteço com freqüência, encostei  no calibrador e ao descer do carro, percebi que os frentistas estavam todos rindo. Não entendi o motivo da graça e me dirigi ao calibrador olhando para o grupo rindo sem parar e com a mão estendida continuei andando. Passei a me aborrecer com os risos mais acentuados e já irado e ainda sem olhar, tentei pegar a mangueira do calibrador sem sucesso. Olho para frente e me deparo com um nada. Não tinha calibrador algum. Entendi em parte a graça dos frentistas. Ri também, porque pensei comigo “ o calibrador quebrou e foi para o conserto”. Meio sem graça, me dirigi aos amigos e perguntei: quebrou? e um dos frentistas respondeu: levaram! eu disse: levaram, como? ele respondeu: roubaram! Aí eu me dei conta do que realmente estava acontecendo ali.
Os risos dos trabalhadores do posto, era como se dissessem: você está vendo a que ponto nós chegamos! e eu na minha já tumultuada cabeça, pensei o que teria acontecido ali, um crime ou um simples ato de vandalismo. Na realidade, ou um ou outro está interligado, já que se for crime, foi falta de segurança, se foi vandalismo, foi falta de políticas públicas.
A situação das cidades brasileiras e especialmente as baianas está cada vez mais complicada. Os recursos públicos não chegam aos seus destinos porque a corrupção passa na frente e tira os seus 10 ou 20%. Os cortes nos orçamentos afetam principalmente a segurança, saúde e educação, por conseguinte, atingem em cheio quem paga uma carga exorbitante de impostos para sustentar um sistema falido, e fadado a sucumbir.
A luta é desigual. O sistema é perverso e o povo é frágil.
Confuso com a situação, me despeço dos frentistas e ao me dirigir ao carro, um dos amigos me chama e diz: ei! coloca lá no seu blog que levaram o calibrador! kkkkk. Com um sorriso amarelo de vergonha, eu fiz um sinal de positivo, baixei minha cabeça e segui meu caminho.


Ari Rodrigues - é Blogueiro, produtor cultural, membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL, presidente do Fórum de Cultura Itabunense-FDCI,e diretor de comunicação da ACATE 





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