15 de jan. de 2017

Artigo- Minhas lembranças com o amigo Ramon Vane

       Em um dia de verão do ano de 1985, saindo de um ensaio de uma peça de teatro de rua, estavam Betão, Alba Cristina, Eva Lima, Ramon Vane e eu de intruso, porque estava começando a namorar com Eva (pra quem não sabe,nós fomos casados). Nessa época, artista tinha que contar as moedas para tomar cervejas. Eu tinha 20 anos e também era assalariado ou seja, duro também.

Saindo da Sala Zélia Lessa, seguimos pela Cinquentenário e eles resolveram passar no antigo Caçuá (hoje não existe mais, deu lugar a praça Camaçã) para tomar uma rodada de chop's que era o que o dinheiro dava.
Sentamos na pizzaria e as mesas na época eram de cimento, tipo um tampão redondo. Estava tendo um sambão de um grupo super conhecido na cidade (não vou divulgar os nomes porque não estou autorizado). Eram nossos amigos, e conhecidos
das baladas. O sambão estava muito bom, o bar cheio e de repente... Ramon sobe numa mesa e começa a recitar um poema. O som do sambão estava muito alto e as pessoas não ouviam o que ele dizia e também estavam querendo ouvir a música. Ele insistiu e começou a recitar mais alto, quando viu que ninguém prestava a atenção, proferiu para o pessoal do sambão: Respeitem o artista rebanho de @#$%¨&. Não sei como, com aquela barulheira toda, os caras ouviram o palavrão. Nossa! não sei em que instante esses caras (uns dez) largaram os tambores e pularam pra cima de Ramon! Ele Por sua vez, pulou da mesa sentido Caixa Econômica e correu desesperado. Os caras correram sentido contrário, sentido banco do Nordeste para pegá-lo do outro lado.Eu na época, tinha 85 quilos e era grosso que nem uma porta. Na realidade, o pessoal do teatro não gostava muito de mim, porque eu era considerado almofadinha, mas era namorado de Eva então eles me engoliam, só que eu dava um boi para não entrar numa briga e... Resultado, saí correndo igual um maluco pelo lado que Ramon correu e consegui chegar na frente dele. Tomei a frente e coloquei ele atrás e fiz barreira. Com a mão
estendida, falei que ninguém encostava nele.Os caras em número de 8 a dez, não lembro bem, se olharam e iam partir pra cima, Ramon e eu íamos apanhar mais que mala velha. A salvação foi (esse eu falo o nome porque é meu amigo pessoal) Reinaldinho do Bradesco, gritou: Parem! Ari é gente minha, deixa isso pra lá. Os outros não gostaram muito mas, voltaram para o bar. Nisso, foram chegando o resto do pessoal e me agradeceram e foi aí que nasceu o apelido, ARI FACÃO que o safado do Betão (rs) colocou em mim e que até hoje em Salvador, a galera me chama assim!


Texto de autoria de Ari Rodigues

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